byGicel

sábado, 10 de dezembro de 2011

Catalepsia e a lenda da morte do ator Sergio Cardoso

Tenho andado sumido nestes últimos tempos, me perdoem. Estou ausente primeiro porque não tenho tido muito tempo devido a meu novo trabalho e ao horário extenso e a distancia deste, que em contrapartida aos meses que estive muito presente no Sobrenatural.org estava me dedicando apenas a trabalhar em minha casa mesmo. E em segundo, porque eu não tinha material suficiente bom para ser publicado pelo site, já que minhas histórias acabaram. Nem ler todo o material como eu costumava fazer, quase já não o faço mais com tanto afinco, porém, prometo que não vou abandoná-los, já que aconteceram fatos de ordem (pelo menos eu creio positivamente) sobrenatural no meu novo emprego e logo estarei compartilhando com vocês, amigos leitores.
Contudo, como trabalho no ramo da Saúde, e mais especificamente com a vida e a morte mesmo, numa destas discussões com as pessoas ao meu redor, veio este assunto que eu pesquisei rapidamente e não consegui concluir se realmente é fato ou mito.
Falarei um pouco do ator Sergio Cardoso que, segundo meus pais, tios e demais pessoas que conheceram seu trabalho (ele faleceu antes de eu nascer e a a matéria do Fantástico já tem mais de trinta anos) afirmam que foi um choque tão grande para a época, como foi a morte dos Mamonas Assassinas. E logicamente, para estes assuntos houve muitos boatos, pois além de mexer com o imaginário popular, pois os artistas em si trazem toda a catarse do imaginário e dos desejos emocionais, como também a morte de ídolos sempre assusta por si.
Eu sei que o assunto assusta, mas fazer o que? O Sobrenatural.org não é um site de piadas, nem de contos de fadas. Ah sim, tem aqueles detalhes da Disney, e das minhas tiradas sarcásticas nos comentários dos leitores que deixam tanta gente irada, mas isto é outro assunto... Boa leitura...
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Formou-se em Direito no Rio de Janeiro e sonhava com o Itamarati, queria ser diplomata. Despertou para o teatro ao conhecer o Teatro Universitário do Rio de Janeiro e sua estréia foi no papel título de Hamlet de Shakespeare. O sucesso foi tão grande que ele desistiu de tudo e se decidiu pela carreira de ator. Foi para o Teatro Brasileiro de Comédia de São Paulo. Fez peças importantes, como: Entre Quatro Paredes; A Ópera dos Três Vinténs; Do Mundo Nada se Leva; Seis Personagens à Procura de um Autor; Convite ao Baile; A Falecida; A Raposa e as Uvas e A Ceia dos Cardeais.
Em 1949 fundou sua própria companhia teatral, o Teatro dos Doze em sociedade com a atriz Nydia Lícia com que foi casado por muitos anos e teve uma filha, Silvia.
Na TV Tupi, Sérgio Cardoso fez várias telenovelas de sucesso: O Sorriso de Helena; O Cara Suja; O Preço de uma Vida; O Anjo e o Vagabundo; Somos Todos Irmãos e Antônio Maria. Essa última, escrita por Geraldo Vietri, que fez ao lado de Aracy Balabanian, foi seu maior sucesso na TV. Em 1968, realizou O Santo Mestiço, novela sobre a vida de São Mantinho de Porres.
Em 1969 ele foi para a TV Globo, onde fez: A Cabana do Pai Tomás; Pigmaleão 70; A Próxima Atração e O Primeiro Amor. Foi este seu último trabalho e o ator faleceu vitimado por um ataque cataléptico, que deixa o corpo da pessoa portadora como se a mesma estivesse morta. Ele teve que ser substituído por Leonardo Villar, um de seus melhores amigos, já que a telenovela ainda tinha vários capítulos para serem gravados e ele fazia o principal papel.
Mais de vinte mil pessoas acompanharam o enterro do ator em São Paulo. Onde ele formou sua Companhia de Teatro, no bairro da Bela Vista, hoje existe o Teatro Sérgio Cardoso.
Após sua morte, houve rumores que o ator havia sido enterrado vivo, posteriormente negados por parentes e amigos.


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Catalepsia patológica é uma doença rara em que os membros se tornam moles, mas não há contrações, embora os músculos se apresentem mais ou menos rijos, e quem passa por ela pode ficar horas nesta situação.
No passado já existiram casos de pessoas que foram enterradas vivas e na verdade estavam passando pela catalepsia patológica. Muitos especialistas, contudo, afirmam que isso não seria possível nos dias de hoje pois já existem equipamentos tecnológicos que, quando corretamente utilizados, não falham ao definir os sinais vitais e permitem atestar o óbito com precisão.
O estado de morte aparente pode surgir em casos de asfixia, intoxicação, soterramento, afogamento, enfarte fulminante ou hipotermia.
Nem a falta de respiração ou batimentos cardíacos significa, necessariamente, ausência de vida. Místicos e faquires indianos que praticam a postura Khé-chari-mudra (suspensão da respiração perceptível) permanecem muitas horas nesse estado. Também na índia, cardiologistas descobriram que certas posições iogas permitem paralisar o coração.
Um exame confiável para reduzir as chances de erro é a realização de exames com eletrocardiograma e eletroencefalograma.
No Vietnã "milhões de pessoas já foram enterradas vivas por ausência constatada dos chamados sinais vitais", afirma o médico francês Perón Autret. Após um profundo estudo sobre a morte ele publicou na década de 70 o livro Os enterrados vivos com revelações assustadoras sobre o assunto.

Cita a estatística levantada pelo exército norte-americano durante a guerra do Vietnã. Quando os soldados mortos eram repatriados, a lei obrigava as autoridades abrirem os caixões.
Graças a isso, constatou-se que quatro por cento dos soldados aparentemente foram encaixotados vivos. Alta patente militar chegou a propor que os combatentes fossem enterrados com frascos de clorofôrmio ao alcance da mão para abreviar o sofrimento.
A causa de tanto infortúnio são ataques catalépticos mal diagnosticados.
Em séculos passados, quem "resolvesse" se levantar da tumba era tomado por vampiro e ganhava esse estigma da sociedade.
O mais célebre caso foi o de Lázaro, salvo por Jesus Cristo. Quando ele adoeceu, Jesus disse: "Esta enfermidade não é de morte". Porém, na volta do Messias a Betânia, Lázaro, irmão de Marta e Maria, já havia sido sepultado há quatro dias. Ao saber das más notícias, pelas irmãs inconsoláveis, Jesus pediu para ser conduzido à caverna onde jazia o corpo de Lázaro. Mandou que retirassem a pedra da entrada. Gritou: "Lázaro, sai!". E o morto saiu, ainda com as ataduras e o sudário.
Lenda urbana: Velório do ator Sérgio Cardoso
Quando se fala em casos de gente enterrada viva, o nome do ator Sérgio Cardoso está na ponta da língua. Falecido em 18 de agosto de 1972, seu corpo foi enterrado no cemitério São João Batista o enterro foi acompanhado por mais de dez mil pessoas, que choravam e gritavam.Na época surgiu uma LENDA URBANA de que Sérgio Cardoso tinha sido enterrado vivo . O boato surgiu em parte porque Sérgio Cardoso tinha "um aspecto bem disposto durante o velório".
Segundo notícias da época, conta que Erik, o maquiador da emissora (TV GLOBO), confessou mais tarde ter caprichado em sua arte para dar vida ao rosto do falecido durante o velório.
Levantada a suspeita, nada ficou comprovado até hoje. Porém, em dezembro de 1979, uma edição do programa Fantástico colocou Sérgio Cardoso entre os exemplos dramáticos de morte aparente.
O jornalista Odilon Coutinho, autor da matéria, ouviu o covoeiro paulista que comentaram o boato de um tabelião que teria, por sua vez, recebido do ator queixas do medo de ser enterrado vivo se sofresse um ataque de catalepsia.
Diz ainda a LENDA URBANA, de que o corpo de Sérgio Cardoso havia sido exumado e estaria deitado de bruços no caixão. Mas uma exumação envolve uma burocracia enorme e só pode ser realizada em presença de alguém da família. Como isso foi feito e ninguém ficou sabendo?
Crônica: Às vezes acontece... em algum velório...
Eles vão chegando com ar de seriedade e mal se cumprimentam somente um mísero "boa-noite".
Vão se apertando, em volta do falecido, que fica sempre no centro da sala, quieto e sério em seu caixão.
As pessoas quase não falam, como que prevendo o fim que aguarda à todos algum dia.
Quando falam, sempre em voz baixa, quase num cochicho. Às vezes, são servidos pão com mortadela e café , e algumas vezes, uma rodada de uma boa caninha .
Ninguém mais se lembra de que está num velório . Os rapazes dão espiadas rápidas em direção às meninas .
Começam a contar piadas, que pipocam de todos os lados e vão ficando picantes.
Os risos começam a ocupar todos os cantos da sala , só então recordam que estão num velório. O silêncio volta a reinar.
É a hora das despedidas, dos choros e soluços, o morto é homenageado como merece, porque ele foi um santo. Todos nesta hora são santos, todos os pecados foram perdoados, o defunto está pronto para o confronto final com São Pedro.
O enterro prossegue, todos vão acompanhar em silêncio, caminhando atrás em fila indiana.


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Enterrado Vivo?
Mal o país recuperava-se da imensa comoção causada pela morte de Sérgio Cardoso, e um notícia mórbida, tétrica, não se sabe de onde surgiu, começou a ser veiculada: o ator sofria de catalepsia e, na ausência do seu médico, Max Nunes, teria sido enterrado vivo.
Dizia-se que, quando a família percebeu o logro da morte, desenterrou Sérgio Cardoso, que estava virado de bruços, apresentando arranhões no rosto. Durante anos esta história foi contada, aterrorizando o imaginário popular. Passou a ser uma lenda urbana, causando medo às pessoas, fazendo com que os velórios no Brasil se tornassem mais longos, adiando por mais tempo o enterro de quem morria de ataque cardíaco. Diante desta possível tragédia, em 1980, a tevê Globo fez uma reportagem no “Fantástico”, que desmentia os boatos, com depoimentos da família do ator, que afirmavam categóricos, Sérgio Cardoso jamais tinha sido desenterrado, portanto jamais se constatou que estava de bruços no caixão, ou em qualquer outra posição. Muito menos com arranhões no rosto.
Mais de 35 anos após a morte de Sérgio Cardoso, este ator deve ser lembrado não por ser protagonista de uma lenda urbana, mas de uma das mais brilhantes carreiras do teatro, televisão e cinema do Brasil. Não importava o veículo para o qual Sérgio Cardoso atuava, havia sempre um bom papel para ele, e uma interpretação comovente para o seu público. No Brasil, Sérgio Cardoso esteve lado a lado com Paulo Autran, no olimpo dos deuses do teatro.


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Catalepsia e a lenda da morte do ator Sergio Cardoso

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